Rodovia que liga Aracaju a Salvador, Sergipe a Bahia, é mais rápida. Mas não tem posto de combustível que abasteça GNV ao longo de sua extensão

Para os sergipanos, uma espera de quase três décadas. Mas, depois de tanto tempo, em 2013, a chamada “ligação direta” entre as duas capitais, Aracaju e Salvador, com a inauguração da ponte Gilberto Amado, ficou completa.

Distância entre Aracaju/Salvador diminuiu, mas ao longo da rodovia não se abastece com GNV
Foto: Reprodução

Mas na semana passada, a reportagem do Cinform Veículos realizou o trajeto e, para espanto geral, mesmo após quatro anos em que a utilização da rodovia reduziu o trajeto entre as duas cidades para pouco mais de 330 km, uma constatação: a Linha Verde, pelo lado sergipano, não possui um só posto de combustível que abasteça o veículo com Gás Natural Veicular, GNV.

E no lado baiano, a partir da capital, na chamada Rodovia do Coco, só postos na cidade de Lauro de Freitas têm GNV. Com isso, taxistas, uberistas e mesmo condutores particulares não podem fazer o trajeto direto entre as duas cidades utilizando apenas esse combustível, bem mais barato que os demais.

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E, assim sendo, uma oportunidade surge para os sergipanos: como a cidade que faz divisa com a Bahia é Indiaroba, que, por sua vez, está a cerca de 110 km de Aracaju, esse posto salvador – com o perdão do trocadilho – entre as capitais sergipana e baiana poderia, justamente, ficar na bela e aprazível Indiaroba. Por lá, muita gente apoia a ideia.

Caso de Márcio Alexandre da Silva, presidente da Cooperativa dos Taxistas Autônomos de Indiaroba, Coopertai, que tem coisa de 15 anos de fundada. “Somando as duas cooperativas, temos mais de 160 taxistas, todos rodando com GNV”. Se a realidade mudar e o gás chegar? “Melhoraria muito para a gente. Temos que ir abastecer em Estância (ida e vida de Indiaroba, cerca de 70 km), sem contar sai da Linha Verde”. Alexandre ainda lembra que, em viagens da região à Salvador, o preço sobe. “Porque a gente tem que usar gasolina”, frisa.

Márcio Alexandre, da Coopertai, aguarda chegada do gás

Rodrigo Chaves, o Guigó, também lamenta. “Para começar a trabalhar a gente tem que ir a Estância, a noite, sem passageiro. Isso para trabalhar no dia seguinte”. Ambos os motoristas possuem cilindros para o abastecimento de gás em seus carros com capacidade para 20 metros cúbicos. Ou seja: no topo. Mas, mesmo assim, não é possível vencer a distância entre Aracaju e Salvador com um único abastecimento.

Guigó, ao centro, e seus colegas de trabalho: todos indignados pela falta de GNV

Para além da questão local, Indiaroba, frise-se novamente, por ser a última cidade sergipana antes da divisa, seria o lugar ideal para ter um posto com GNV, pois seria bom para a população local, por óbvio; bom para o governo, que arrecadaria mais; e ótimo para os turistas, que poderão conhecer as belezas que permeiam o litoral dos dois belos Estados sem abrir mão da economia.

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