“Tramandaí é uma vítima da ausência de políticas públicas
e da especulação imobiliária”, afirma procuradora do MPF
O Ministério Público Federal (MPF/SE) realizará se reunir com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) e com a Agência Estadual do Meio Ambiente (Adema) para discutir quais providências serão tomadas para a proteção do Parque Ecológico Tramandaí. A reunião faz parte do inquérito civil público instaurado pela Procuradora da República Lívia Nascimento Tinôco, em agosto de 2017, que visa a proteção da reserva de mangue localizada na zona sul de Aracaju.
Em entrevista ao CINFORM, a procuradora falou sobre a situação da reserva. “O Tramandaí é uma vítima da ausência de políticas públicas como esgotamento sanitário, educação ambiental e da especulação imobiliária existente na nossa capital”, afirma.
O inquérito, que ainda está em fase de investigação, recebeu em setembro do ano passado o relatório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) sobre a vistoria solicitada pelo MPF. Durante a vistoria, foi constatado o despejo irregular de esgoto sem tratamento e disposição irregular de resíduos sólidos no Parque Ecológico Tramandaí.
“Os manguezais, no contexto da zona costeira e da mata Atlântica, são vistos pelo MPF como alvos estratégicos de conservação ambiental, porque são peças relevantes para o equilíbrio ambiental. O manguezal é berço da biodiversidade marinha. Através da conservação ambiental dos manguezais enfrentamos problemas como ausência de saneamento básico, déficits habitacionais das populações de baixa renda, desmatamento, poluição de rios, dentre outros”, completa a procuradora.