Muita gente não sabe, mas pode estar com artrose. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, não existem dados estatísticos precisos porque muitas pessoas que sentem alguns sintomas acabam se medicando por conta própria e não procuram atendimento.

“Ela tem uma leve dor, vai tomando remédio, mas não procura especialistas e acaba não entrando nas estatísticas”, pontua.

No conjunto das doenças agrupadas sob a referência de reumatismos, a osteoartrite é a mais freqüente, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia, aponta a Sociedade Brasileira da especialidade.

Também conhecida como osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa, ela tem a natureza inflamatória causada pelo desgaste da cartilagem, o que provoca aumento da fricção entre os ossos e leva à inflamação local, dor e até mesmo a incapacidade funcional.

“É uma degeneração ou perda da cartilagem que é uma substância que fica entre as articulações e faz com que essas articulações se movimentem”, explica Loures, que ainda acrescenta: “Quando você tem uma perda excessiva dessa cartilagem, ela leva a artrose ou osteoartrite como nós tecnicamente chamamos”.

Pouco comum antes dos 40 anos, a artrose é mais freqüente após os 60. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, aos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica.

Os sintomas mais comuns incluem dor e inchaço nas juntas, que podem começar pelas pequenas articulações das mãos e pés. Ao longo do tempo, também podem comprometer as articulações maiores, de joelhos, quadris e tornozelos.

Causas

O ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa, Luiz Felipe Carvalho, diz que a genética familiar é a principal causa da artrose, mas ainda cita outros fatores. “Altos impactos nas articulações, joelhos, tornozelos, quadril e coluna, alimentação inflamatória, por exemplo, e ingestão de glúten, açúcares e laticínios podem levar a pessoa a uma artrose, inclusive precoce”, revela.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, ao saber de casos de artrose na família, a pessoa deve logo procurar atendimento médico como prevenção.

“Quando começar a sentir alguma dor, algum sintoma, procurar um tratamento para fazer a prevenção. A prevenção é muito importante”, ressalta.

Marco Antônio Araújo da Rocha Loures ainda acrescenta: “O grande problema é que quando ela está muito avançada, a pessoa fica com dificuldade de se levantar, de andar, ela pode cair, pode sofrer fraturas e até traumatismo”, informa.

Tratamento

De acordo com o médico ortopedista, a artrose é dividida em vários graus, contudo, o tratamento tem melhor resultado na fase inicial. “Numa fase inicial, a gente consegue melhorar a articulação, usar o gelo para diminuir o grau inflamatório, melhorar a musculatura, distribuir melhor a força nos outros elementos como, por exemplo, o osso, ligamento, músculo, tendão, quando a cartilagem propriamente não está conseguindo fazer o seu trabalho habitual”, enfatiza.

Segundo Luis Felipe Carvalho, atualmente, existem acompanhamentos específicos para cada estágio da doença. “Hoje existe o tratamento principal de suplementação na fase inicial, tratamento com célula tronco numa fase mediana para recuperação articular, diminuição do grau inflamatório, e numa fase mais avançada da doença a gente tem o advento de usar as próteses”, conta.

O especialista observa que existe ainda uma preocupação com o fator racial. “Pele branca e olho claro tem mais risco de ter artrose por causa do colágeno. A pele da pessoa que é mais branca ela pode enrugar mais cedo por causa do colágeno, então isso também ocorre na articulação onde acaba sendo mais comum casos de artrose na pessoa branca e de olho claro”, aponta.

Na opinião dos especialistas, buscar atendimento logo no início é o primeiro passo para lidar com o problema. Ao realizar um tratamento da artrose bem direcionado, os médicos afirmam que é possível alcançar melhoras significativas na vida do paciente, promovendo melhor qualidade de vida, alívio da dor, entre outros benefícios.

Fonte: Brasil 61

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Movimento Doa Sergipe realiza ações no Dia de Doar

    Com o objetivo de fortalecer a cultura de doação, mais [...]

  • Regularização fundiária chega a 100% em Tomar do Geru

    Nesta terça-feira, 26 de novembro, o prefeito Pedrinho Balbino (PP), [...]

  • Delegacia Virtual da Mulher amplia mecanismos de proteção às vítimas de violência em Sergipe

    Lançado em maio deste ano, o Projeto Poly (Delegacia Virtual [...]

  • Prêmio Setransp de Jornalismo celebra profissionais da imprensa sergipana pelo trabalho que impacta na mobilidade urbana

    Conheça os ganhadores do prêmio e outros homenageados: Marcos Queiroz [...]

  • Sergipano faz bonito no Ironman 70.3

    O Sergipano Adriano Carvalho participou do evento Ironman 70.3 Aracaju [...]