Estudos do artista Di Cavalcanti para figurino e cenário de ballet infantil musicado pelo compositor Heitor Villa-Lobos são o destaque da exposição Carnaval das Crianças e outros carnavais, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no centro do Rio de Janeiro.

Há cem anos, Villa-Lobos compôs “Carnaval das Crianças”, um conjunto de oito peças para piano que rememoravam a infância do artista em cordões no início do século 20. A ideia era fazer uma grande produção e conquistar a França, mas a apresentação não saiu do papel.

A obra musical valorizava elementos da cultura nacional. O momento era de desvincular o Brasil do gosto e da estética eurocêntricos, quando nasce o modernismo no país. Di Cavalcanti, um dos expoentes do movimento, foi escalado, então, por Villa-Lobos, para o produzir o figurino e o cenário do ballet. Estão entre os estudos em exibição o Diabinho, o Trapeirozinho e o Mascarado Mignon, personagens do carnaval dos anos 1900.

Uma das preocupações de Villas-Lobos era a educação musical das crianças, com objetivo de influenciar “a consciência musical brasileira”. Ele dedicou duas décadas a este trabalho e é um dos responsáveis pela inclusão da música em currículos escolares. Já na década de 1930, em pleno modernismo, desenvolveu programa inspirado no cancioneiro infantil.

A mostra do museu está dividida em três etapas, explica uma das curadoras, Simone Bibian. “O primeiro núcleo faz a contextualização do carnaval, com várias obras de artistas ilustrando o carnaval de rua e o antigo; no segundo, a gente tem a coleção dos desenhos de Di Cavalcanti e, no terceiro, temos a [transição da] infância (no século 20)”, disse.

O Carnaval das Crianças trata também da própria infância no Brasil, na visão dos artistas plásticos. No início do século, representada como inocente e pura -– embora moldada por castigos físicos – a criança passa a ser retratada, já no fim do período, de forma mais independente e participativa no processo de ensino e aprendizagem.

Da exposição no MNBA constam ainda referências de artistas brasileiros e estrangeiros sobre a a folia momesca. Estão em exibição hábitos antigos, como as brincadeiras, quando foliões lançavam ovos, água e farinha uns nos outros, por exemplo.

A exposição fica em cartaz até 29 de junho, na Sala Clarival Valadares.

Fonte: Agência Brasil

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Inclusão de Videolaparoscopia em lista de procedimentos é marco no cuidado oncológico no SUS

    Há cerca de dois meses, o Ministério da Saúde instituiu [...]

  • Nova regra exige que empresas avaliem riscos à saúde mental no trabalho a partir de maio

    A partir de maio deste ano, as empresas brasileiras terão [...]

  • Com reestruturação, Ligue 180 amplia atendimento à mulher

    A reestruturação da Central de Atendimento à Mulher - Ligue [...]

  • Governo de Sergipe garante kits escolares e fardamento para estudantes da rede estadual

    Cadernos, canetas, lápis e uniformes não são apenas itens básicos [...]

  • Políticos “frios” e “impopulares” não serão eleitos e nem reeleitos em 2026

    A eleição de 2026 já se iniciou nos bastidores da [...]