Dedicados, inteligentes, brincalhões, heróis. Talvez essas sejam algumas das palavras que ajudem a definir os cães do Corpo de Bombeiros Militares (CBM). Cães que, ao lado dos seus cachorreiros (como são chamados os seus guias) e devidamente trajados com a coleira do CBM, atuam no resgate de pessoas perdidas na mata, em desabamentos, enchentes, além da parceria com a Polícia Civil para elucidar crimes como ocultação de cadáver, dentre outros.

Os cães trabalham e treinam com todos os cachorreiros do SBRESC

Hoje, o Serviço de Busca, Resgate e Salvamento com Cães (SBRESC), do Corpo de Bombeiros de Sergipe conta com cinco cães (dois machos e três fêmeas), que são treinados diariamente para enfrentar as mais diversas situações de ocorrência. Mas ao contrário do que acontece em outros estados, em que os cães trabalham e treinam apenas com os seus cachorreiros, os cães do SBRESC sergipano realizam treinamentos com os demais cachorreiros do grupamento.

“Durante o treinamento os cães só trabalham com os seus cachorreiros, mas, quando eles já estão prontos para o trabalho, nós promovemos a interação dos cães com outros cachorreiros. Porque se tiver alguma ocorrência o cão vai com quem estiver de serviço e vai dar uma boa resposta. Isso é algo novo, mas já tem dado bons resultados”, explica o comandante do SBRESC, Capitão Alysson Carvalho.

Apesar do trabalho por trás de todas as atuações dos cães, tudo acaba sendo uma brincadeira para eles. Com um treinamento pautado no amor e companheirismo entre os cães e os cachorreiros, sempre há um reforço positivo para os bombeiros de quatro patas. Sempre que o cão localiza algo, ele recebe um reforço positivo que pode ser um brinquedo, um petisco ou um carinho.

SALVAMENTOS INESQUECÍVEIS

1º Sargento Elielson e a cadela Brasa, pioneira do canil (Foto: Divulgação)

Desde que o Serviço de Busca, Resgate e Salvamento com Cães (SBRESC) saiu do papel, em 2008, os seus cães e cachorreiros já atuaram em ocorrências dentro e fora de Sergipe. E cada uma delas foi especial os bombeiros, mas algumas se tornam especiais.

A primeira missão do SBRESC aconteceu bem longe de casa, mas ainda está na memória do 1º Sargento Elielson. Ao lado da pioneira do canil – a cadela Brasa, que tinha apenas 11 meses de vida e seis de treinamento na época -, ele atuou no salvamento de pessoas e no resgate de corpos nas enchentes de Santa Catarina, em 2008.

“A primeira ocorrência a gente nunca esquece e a minha foi em 2008, lá em Santa Catarina, ao lado da Brasa. No sentido profissional foi bom, mas no sentido humano foi horrível. A Brasa foi a primeira cadela desse canil a encontrar um corpo, já sem vida”, comenta o 1º Sargento.

Jimmy atuou no resgate de uma família após o desmoronamento de um prédio na Coroa do Meio, em 2014

Outra ocorrência que não sai da memória dos bombeiros do grupamento foi o salvamento de uma família nos escombros de um prédio no bairro Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju, em julho de 2014. Naquela ocasião, os cães Jimmy, Spike, Brauna e Emy, ao lado do Capitão Carvalho e dos Sargentos Elielson, Ezequiel, Genival e Garcia, se revezaram ao longo de 30 horas de trabalho e tiveram um papel decisivo no resgate. Graças a eles, um bebê de 11 meses, uma criança de oito anos, além do pai e da mãe foram resgatados com vida dos escombros do prédio. Um trabalho que foi reconhecido nacionalmente.

 

CUIDADO COM OS ANIMAIS

Mesmo com o orçamento anual girando em torno de R$ 8 mil, os cães têm todo o acompanhamento médico veterinário que necessitam, principalmente por causa da atividade que realizam durante as ocorrências, além de receberem muito amor e carinho dos bombeiros do grupamento.

Os próprios bombeiros construíram as casinhas dos cães

“O nosso controle é muito rígido. Constantemente nós fazemos hemogramas nos cães para atestar a saúde deles, eles comem a melhor ração, são hidratados, tudo com o acompanhamento da responsável técnica do canil, a médica veterinária Ana Paula”, comenta o comandante.

Dentro do batalhão, localizado na região metropolitana de Aracaju, os próprios bombeiros construíram casinhas para que os cães fiquem abrigados durante a noite, uma vez que eles passam a maior parte do tempo no pátio do batalhão. São espaços individuais, com proteção contra o sol e a chuva, mas que permitem que os cães tenham contato visual, auditivo e olfativo uns com os outros mesmo quando estão em suas “casinhas”.

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