Máquina do Hospital Cirurgia está quebrada há mais de dois meses

A máquina de radioterapia do Hospital Cirurgia está quebrada desde o dia 15 de janeiro e os pacientes oncológicos estão com o tratamento interrompido. De acordo com Sheila Galba, integrante do grupo ‘Mulheres do Peito’ quatro pessoas já morreram nestes dois meses após a suspensão do tratamento.

“Morreram três homens e uma mulher. Eram 42 pacientes em janeiro e agora são 38 que estão sendo remanejados para o Hospital de Urgência de Sergipe para fazer o tratamento em 2D e outros estão aguardando atendimento em uma clínica particular. O Huse está lotado e não tem espaço para entrar novos pacientes. Apenas dois deles receberam autorização para continuar o tratamento na Clinrad. O tratamento é imprescindível”, explica.

Galba critica a morosidade no processo de conserto da máquina de radioterapia. “O hospital demorou 32 dias para fazer o pedido do cabo da máquina que apresentou problema e o prejuízo é grande. A cada dia que o paciente deixa de fazer o tratamento, tem 1% de chance de o câncer voltar. Não entendemos as explicações dadas pelo Hospital de Cirurgia para a demora para chamar o técnico. Se passaram 60 dias, e nada justifica”.

O diretor do Hispital Cirurgia, Milton Eduardo, disse que as providências estão sendo tomadas e é necessário fazer a reposição de peças. “Algumas delas não são encontradas no Brasil. Estamos nos empenhando para que isso seja feito na maior brevidade possível. Estamos em tratativas para que seja instalada a nova máquina no novo centro de oncologia, que atenderá uma média de 100 pacientes por dia”.

“A última promessa é que a peça vai chegar na próxima semana. O engenheiro encontrou o cabo nos Estados Unidos. Vamos torcer para que o serviço volte a funcionar o mais breve possível para evitar mais danos. Não se pode brincar com a saúde”, alerta Sheila.

Os pacientes que fazem o tratamento com a quimioterapia também enfrentam problemas. Faltam medicamentos como carboplatina e plactaxel, normalmente utilizados contra o tratamento do câncer de ovário.

“Tive câncer de mama e tirei a mama esquerda. Após a cirurgia passei por quatro sessões de quimioterapia vermelhas e 12 brancas. Finalizando no dia 19 de janeiro, deveria iniciar as sessões de radioterapia neste mesmo dia, porém sou apenas mais uma paciente que aguarda atendimento na lista de espera. A máquina está sempre quebrada e preciso da rádio para viver. Lutei muito para chegar até aqui e quero vencer. Preciso de ajuda”, apela uma professora aposentada que preferiu não ser identificada.

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