Quase 70% apontaram a necessidade de obter recursos, porém 87% dos pedidos não tiveram sucesso

Um novo levantamento feito pelo Sebrae mostra que com o agravamento da crise mais empreendedores sergipanos reforçaram a necessidade de obter crédito para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. O percentual, que era de 49% na pesquisa feita no início de abril, saltou para 69% no estudo divulgado nesta terça-feira.

Apesar dessa necessidade, um outro dado revela que eles têm enfrentado sérias dificuldades para obter os recursos junto ás instituições financeiras. Mais de 87% daqueles que solicitaram empréstimos tiveram o pedido negado ou ainda têm seus pedidos em análise. Menos de 13% tiveram sucesso.

Entre os motivos apontados para a não liberação, 15,4% dos empreendedores não tiveram o cadastro aprovado, enquanto 12,4% acharam a taxa de juros cobrada muito alta para a capacidade de pagamento da empresa. Outros 11,3% revelaram que o pedido não foi aprovado pelo fato das empresas estarem negativadas.

A pesquisa indicou ainda que os bancos, sobretudo os públicos, têm sido os mais procurados pelos empresários na hora de buscar o crédito. Apesar disso, são nas cooperativas que eles encontram mais facilidade para obter os recursos.

“ Os números mostram o quanto tem sido difícil a jornada dos pequenos empresários na busca por recursos que o ajudem a manter as suas atividades em funcionamento. Apesar de terem sido lançadas linhas de crédito para esse público, é notório que elas não chegaram ainda a quem está precisando. É necessário que essas medidas tenham mais celeridade, pois caso contrário veremos crescer o número de empresas que fecharão suas portas por conta dessa crise”, explica o superintendente do Sebrae em Sergipe, Paulo do Eirado.

Dívidas em aberto

O estudo do Sebrae apresentou ainda que 32,5% dos empreendedores ouvidos relataram possuir dívidas e empréstimos em atraso. Outros 23% têm estas mesmas despesas, porém estão conseguindo honrar os compromissos.

Entre aqueles que apontaram a necessidade de obter crédito, 54% revelaram que seria necessário até R$ 10 mil por mês para o negócio não fechar.

O levantamento revelou ainda que, além dos bancos, os empreendedores têm buscado outros meios para conseguir os recursos necessários para manter o funcionamento dos negócios. Mais de 60% relataram ter pedido empréstimo junto a amigos e parentes, enquanto 48,4% disseram ter negociado dívidas com fornecedores. Pouco mais de 25% dos empresários utilizaram o cartão de crédito para contrair empréstimos.

Esse foi o terceiro levantamento realizado pelo Sebrae para medir o impacto da pandemia de coronavírus sobre os pequenos negócios. Os dados foram coletados entre os dias 30 de abril e 5 de maio por meio de pesquisa quantitativa utilizando formulários online.

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