Corretora Eliane Silva orienta sobre os principais cuidados na hora de adquirir o primeiro imóvel. Entre as vantagens, descontos e inclusão em programas do Governo Federal
Ter o próprio imóvel está entre as prioridades da maioria dos brasileiros, mas aquisições que exigem um alto investimento financeiro, como é o caso de um carro, casa ou apartamento, é fundamental que haja planejamento. Avaliar bem a realidade financeira e adequá-la ao tipo de imóvel que se tem condições de adquirir é o primeiro passo. Não vale a pena pesquisar imóveis que comportem uma prestação que ultrapasse a renda mensal e o sonho se transforme numa frustração.
“A margem do comprometimento de renda é de 30%, ou seja, se a pessoa tiver uma renda bruta de R$ 1.000, a parcela será no máximo de R$300”, explica a corretora de imóveis, Eliane Silva. Vale atentar-se não apenas aos valores a serem pagos nas prestações, mas antes disso, aos valores relativos à entrada do financiamento. E segundo a corretora, no caso de imóveis prontos, a entrada mínima é de 10% do valor do imóvel; já imóveis ainda na planta podem ter o valor da entrada parcelado, e em algumas linhas de crédito a entrada mínima é 20%. Simule aqui seu financiamento através da Caixa Econômica Federal.
Sobre a documentação exigida no processo de financiamento, Eliane diz que geralmente são solicitados documentos pessoais, como carteira de identidade e CPF, comprovante de residência atualizado, certidão de estado civil, comprovante de renda – que pode variar de acordo com o cliente -, e o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. E este último se torna um ótimo recurso para o comprador e pode influenciar no saldo e no valor das prestações.
“O FGTS pode ser utilizado para abater no valor do apartamento, sendo para o comprador uma vantagem enorme, ou seja, a depender do caso, o saldo de FGTS supre a entrada do financiamento, e ainda quando utilizado diminui a taxa de juros em 0,5%, ou seja, só tem vantagem em utilizar”, ressalta Eliane Silva.
MORAR SOZINHO
Atualmente muitos brasileiros tem optado por adquirir um imóvel buscando independência – geralmente jovens recém-formados, pessoas solteiras que desejam sair da casa dos pais -, e diferente de situações em que a aquisição do financiamento é feita em conjunto – como casais que planejam morar juntos -, o comprador solitário deve ter cuidado redobrado. A ansiedade por morar sozinho e ter uma vida fora da casa dos pais, muitas vezes não dá a dimensão real das responsabilidades financeiras antes, durante e após a aquisição do imóvel.
Em pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito – SPC Brasil – e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas – CNDL -, com dados coletados em março deste ano, mostra que, oito em cada dez pessoas que moram sozinhas (79%) não organizaram as finanças para a nova realidade. E o argumento apresentado por metade dessas pessoas é que não ter com quem partilhar as dívidas pesa muito.
Mais um motivo para planejar o futuro financeiro com o financiamento do imóvel. Porém, esses dados não devem desestimular quem sonha em ter o primeiro imóvel próprio, pois existem vantagens exclusivas para essa primeira aquisição. “A depender da renda da pessoa que vai comprar, o primeiro imóvel pode receber o desconto do Governo, através do Programa Minha Casa Minha Vida, ou seja, um incentivo facilitador da aquisição”, destaca a corretora.
BAIRROS MAIS PROCURADOS
Ainda sobre as vantagens na aquisição do primeiro imóvel, Eliane diz que, a taxa de cartório a ser paga numa aquisição comum é de 1%, sendo que, pessoas que estão adquirindo o primeiro imóvel e o mesmo está enquadrado no Minha Casa Minha Vida, o comprador recebe desconto de 50% no pagamento dessa taxa. Eliane ainda comenta com relação aos bairros mais procurados por quem está adquirindo o primeiro imóvel.
“A depender da renda, o primeiro imóvel fará parte do Programa Minha Casa Minha Vida, que hoje tem uma oferta grande no Marcos Freire, Rosa Elze e Barra dos Coqueiros. Outra grande parcela também é ofertada na região do Santa Lúcia. E o maior motivo é o valor do metro quadrado dessas regiões, que são áreas com um bom crescimento e preço. Quando a pessoa vai comprar um segundo imóvel, na maioria das vezes, passa a morar em regiões melhores e consequentemente mais caras”, explica.