“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Rev. Alan Kleber Rocha
Nossa celebração do Natal é toda sobre a chegada daquele que nos foi dado. “Pois um menino nos nasceu, um Filho se nos deu” (Isaías 9.6). O Cristo nos foi dado. Deus amou tanto o mundo que nos deu o seu próprio Filho. Na promessa de Isaías, há duas palavras que são repetidas duas vezes e enfatizam a realidade do grande presente de Deus. Essas palavras são para nós.
O apóstolo João nos diz que Deus nos deu Seu Filho unigênito, Jesus Cristo, porque Ele amou o mundo. Ele fez isso para que qualquer um que cresse em Jesus não perecesse, fosse liberto da ira que já estava sobre si e pudesse obter a vida eterna. Mas esse amor que Deus tem pelo mundo não é algo que Ele decidiu fazer por capricho. O amor de Deus pelo mundo surge de sua maneira de ser. Este amor procede de Seu caráter supremo e eterno. O amor que Deus estende ao mundo (João 3.16) é o mesmo amor que conhecemos e no qual cremos, o amor que Deus tem por nós (1 João 4.16). E que tipo de amor é esse? João nos diz que “… nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (1 João 4.16).
Deus é amor – Observe a força desta frase: Deus é amor.Quando a igreja primitiva estava lutando contra as várias controvérsias sobre a Trindade, seguidas pelas questões que envolviam o relacionamento do humano e do divino no Senhor Jesus Cristo, essas foram pesadas controvérsias. Antes da criação do mundo, quando não havia nada além de Deus, como era possível dizer que Deus é amor? Como podemos afirmar que o amor é um aspecto do caráter essencial de Deus? Se não há mais ninguém, se Deus é simplesmente um ser solitário supremo, não pode haver o Amado. Se não o Amado, Deus não começou a amar até que Ele criou o mundo, e Ele precisava criar o mundo para começar a amar. Isso significaria que Ele dependia de algo externo a Si mesmo para ser amor – o que é intolerável. Deus é amor. Deus é amor à parte de qualquer ordem criada contingente.
O Testemunho da Igreja – O Concílio de Nicéia (325 d.C) testemunhou a verdade de que Deus é amor. Se a Palavra eterna é Deus, então Deus ama Seu Filho eternamente, o que significa que Deus é amor. Não pode ser de outra maneira. O amor não é um extra. O amor é uma parte essencial de quem Deus é. O Pai ama o Filho eternamente. O Filho ama o Pai eternamente. O amor infinito e mútuo deles é uma pessoa infinita, o Espírito Santo de Deus. É por isso que o mesmo Espírito é descrito como o Espírito de Deus (Mateus 3.16) e o Espírito de Cristo (Romanos 8.9).
Já o Concílio de Calcedônia (451 d.C) confessou que o Deus que é amor é esse amor para nós, e também é esse mesmo amor conosco. E como destinatários desse amor, o que devemos fazer? Voltando ao texto, devemos habitar no amor que Ele concedeu, e é assim que somos capacitados a habitar Nele. Quando habitamos em Seu amor, habitamos Nele, e quando habitamos Nele, Ele habita em nós.
Deus amou assim – Definido biblicamente, o amor significa se revelar e se doar. Quando Deus amou o mundo, o que Ele fez? Ele deu. O que Ele deu? Ele deu o seu Filho unigênito. A palavra aqui é monogenes (do grego, “unigênito”), e a clara implicação é que Ele se deu. Mas, então o que Ele fez? Isso também é importante. Ele nos contou sobre isso. Primeiro Deus nos deu Jesus, para que pudéssemos ter vida eterna. E então, Deus nos deu João 3.16, para nos dizer que Ele havia dado a Jesus para que pudéssemos ter uma vida eterna. Deus nos deu a si mesmo, e então Ele se revelou. Esses presentes são oferecidos a nós em vez de a si mesmo.
E quanto aos presentes? – No princípio, Deus nos deu um mundo perfeito, que destruímos prontamente em nossa insolência e rebelião. Então, Deus se comprometeu a reparar esse cosmos, tornando-o muito mais glorioso do que antes, e Ele fez isso ao suportar a penalidade do próprio pecado. Foi assim que Ele se entregou, e a mensagem do Natal nos revela como Ele se entregou.
Portanto, nunca se esqueça que quando você está comprando presentes, está imitanresdo isso, quer queira quer não. Quando você compra um presente para alguém, não o faz para que tal pessoa o deixe em paz por mais um ano, ou pelo menos até o seu próximo aniversário. Não, você está dando um símbolo que representa você, que revela você, que lhe doa.
Por que damos presentes no Natal? O que é isso tudo? O que estamos fazendo é celebrar o maior presente de todos os tempos: “Graças a Deus pelo seu dom (presente) inefável!” (2 Coríntios 9.15). O presente que Deus nos deu era inefável, indescritível, além de toda expectativa humana. O presente é o ponto principal sobre o qual toda a história da humanidade se volta. Este presente é o significado de tudo. A graça, dom inefável de Deus, fornece o sentido da vida.
Feliz Natal!