A rainha Diambi Kabatusuila, da etnia bantu Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, se encontrou nesta segunda-feira (11) com ativistas do movimento negro, indígenas e brasileiros descendentes de africanos em um evento no Rio de Janeiro.
A rainha foi coroada governante em 2016 e lidera uma população que vive na República Democrática do Congo. Em sua visita ao Brasil, que começou em 27 de fevereiro, ela já passou por Salvador e Belo Horizonte e também irá a São Paulo.
“O Brasil tem uma cultura que trouxe o melhor da Europa, o melhor da África, e o melhor dos povos indígenas, donos dessa terra. E embora não tenha sido feito do jeito certo, porque houve muita violência e desrespeito pelas populações que estavam aqui e contra os africanos que vieram forçados, mesmo assim vocês conseguiram fazer algo incrível”, disse ela, que defendeu que é preciso reconhecer toda a ancestralidade do país inclusive no sistema educacional. “Imagine professores que ensinem a história do povo africano e diga o quão grande somos. Não somos apenas os criadores da humanidade, mas os fundadores das civilizações”, disse a rainha.
Diambi Kabatusuila destacou também que é preciso aprender com os povos indígenas a vida em harmonia com a natureza e ensinar as crianças e jovens a buscar esse equilíbrio. Ao encerrar o discurso, ela defendeu que a população cobre os governantes e disse que cada pessoa faz parte dos recursos de uma nação.
“Ouça a música das favelas, como é bonita. Sim, tem muito sofrimento, mas ela brilha a melhor luz quando fazem o que amam fazer. Elas também são nossos recursos, as pessoas que vocês não consideram porque consideram que são pobres por não terem bens materiais. Eles têm tanto mais acontecendo aqui (na cabeça) e aqui (no coração)”.
O secretário estadual de cultura e economia criativa, Ruan Fernandes Lira, deu boas vindas à rainha e disse que é preciso usar o setor cultural para gerar emprego e renda no estado. “As portas da secretaria estão abertas para qualquer parceria vindoura”.
Fonte: Agência Brasil