Estudo também coloca Sergipe como o 1º em rendimento médio na região Nordeste, com produtividade de 5.113 kg de milho por hectare
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), publicado pelo IBGE neste mês de dezembro, estima aumento de 16,6% na safra de grãos em Sergipe em relação ao ano anterior. O resultado também coloca o milho sergipano com safra recorde de 887.178 toneladas, representando um aumento de 17,5% na produção em relação ao ano passado e a maior colheita da série histórica divulgada pelo Instituto desde 2009. Ainda conforme o levantamento, das quatro principais lavouras de grãos no estado, estima-se crescimento na produção de feijão (84,%) e amendoim (1,1%). Já a lavoura de arroz deve ter pequena queda de 1,3%, mas mantém Sergipe como o terceiro produtor desse grão no Nordeste.
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Zeca da Silva, os dados só não foram ainda maiores devido às chuvas irregulares. “Na região de Carira, por exemplo, as chuvas foram muitas no mês de maio, atrasando o plantio e retardando também a colheita, pois choveu muito no fim de novembro e início de dezembro quando o grão já estava seco e pronto para ser colhido. Mas, no geral, o resultado estadual foi muito bom e isso só engrandece a agropecuária sergipana, colocando o estado como o 4º maior em produção de milho (depois de Bahia, Piauí e Maranhão) e o 1º em rendimento médio (produtividade de 5.113 kg/ha) na região Nordeste”.
O secretário da Agricultura explica ainda que, a liderança da cultura do milho decorre de vários fatores. “Podemos afirmar que o aumento na produção e produtividade do milho tem vários fatores, entre eles, a introdução das boas práticas cultivares, mecanização de alta tecnologia e insumos adequados, acesso ao crédito por bancos públicos – entre eles o Banese que vem ampliando a oferta de crédito agrícola e abrindo agências especializadas e mais próximas do produtor. Além disso, os preços atrativos no mercado nacional e internacional e os incentivos fiscais do Governo de Sergipe, que desde 2019 reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2%, são também fatores significativos para a confirmação do milho como produto do agronegócio”, avalia.
Conforme informações da equipe técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o processo de expansão da cultura do milho se estende principalmente pelos territórios agrestino e sertanejo. O grão já está presente em dezesseis municípios e ocupa mais de 90% das áreas de lavoura em todos eles, sendo Carira e Simão Dias os que apresentam maior produção e produtividade. O técnico agrícola do escritório da Emdagro em Simão Dias, Clóvis Emídio Vieira, destaca que a produção local foi dentro do esperado. “Nosso resultado final será de 28 mil hectares colhidos em 2022, maior do que o ano passado, com colheita total de 168 mil toneladas no município”. Ele também destaca a alta na produtividade com rendimento médio dos últimos anos entre 6 mil quilos por hectare.
Em Carira, o técnico agrícola da Emdagro, José Ananias, confirmou uma perda de 30% na safra municipal em função das chuvas que retardaram o plantio e a colheita. “Além de atrasar o plantio, o excesso de chuva na colheita (140 milímetros na região de Carira) fizeram o grão germinar, prejudicando a colheita. Perdemos cerca de trinta por cento e nosso rendimento médio caiu para 4.200 kg/ha ou 21 sacos por tarefa”, explica o técnico.
Outras lavouras
O LSPA do IBGE também demonstra crescimento de outras lavouras com bastante importância econômica para o estado de Sergipe. A cana de açúcar, por exemplo, deverá fechar o ano com uma produção de 2 milhões de toneladas, 17,2% maior do que o ano passado. A mandioca também deverá crescer 1,3%. A produção de laranja tem crescimento de 17,9% na safra, no rendimento médio (15,4%) e na área plantada (2,1%) em relação a 2021. A safra de laranja mantém Sergipe como o 2º produtor do Nordeste e o 5º do Brasil.