Cortejo atemporal. Esse é o tema apresentado pela Quadrilha Junina Século XX durante os festejos juninos de 2023. Prestes a completar 60 anos de existência, estando em atividade desde 1964, a quadrilha leva ao público esse ano um espetáculo que mostra um pouco da transição entre o tradicional e o estilizado nas atuais festas de São João. O tema constrói um diálogo entre o passado e o presente, trazendo à cena o personagem do senhor Francisco Bispo, criador da Século XX, fazendo um pedido ao seu filho e marcador Joel Reis: ‘aceito a sua modernidade, mas respeite a minha tradição’.

Com um vasto currículo de vitórias durante todos esses anos de existência, a Século XX estará mais uma vez participando dos principais concursos de quadrilhas juninas em Aracaju. Entre eles, o concurso Arrasta pé, da TV Atalaia; concurso Levanta Poeira, da TV Sergipe, concursos do Centro de Criatividade, Gonzagão, Rua de São João e outros. Os cerca de 80 componentes, comandados no arraial pelo casal Joel Reis e Valéria São Pedro, executam durante 30 minutos todas as partes tradicionais de uma quadrilha junina, incluindo o xaxado, xote, baião, ciranda, casamento do matuto e grande roda.

Para Joel Reis, quadrilheiro há 45 anos e personagem do documentário em vídeo ‘O marcador e o tempo’, lançado em maio desse ano, a Século XX inovou mais uma vez esse ano, mas sem abrir mão de sua originalidade. “Respeitamos todos os grupos juninos, pois cada um sabe como desenvolver o seu trabalho que irá apresentar ao público. No entanto, nós da Século XX fazemos questão de manter nossas origens e valorizar nossas tradições, que são as verdadeiras tradições de Sergipe. Por esse motivo, esse Cortejo atemporal, que é o nosso tema, busca esclarecer o contexto que envolve um passado que tanto nos ensinou culturalmente, e uma época moderna na qual precisamos valorizar as nossas raízes”, disse Joel.

Mesmo com certa dificuldade financeira por conta dos altos custos de tudo que envolve a montagem de uma quadrilha junina, desde a produção dos trajes ao investimento em grupo musical e arte cênica, a Século XX em 2023 se consolida no cenário junino sergipano como um dos principais grupos de dança no segmento. Para quem assiste ao espetáculo, a sensação é de que a tradição jamais será sucumbida. Casais tradicionais representando o noivo e a noiva, o rei e a rainha do milho, o Lampião e sua Maria Bonita, além, é claro, do vaqueiro e sua dama, dão show de coreografias e encantam o público presente durante as apresentações.

Ademais, nesse ano o torcedor da Século XX presencia um ingrediente a mais para se apaixonar profundamente pela temática. Isso porque o final da apresentação é um verdadeiro alento à tradicionalidade, quando o cortejo atemporal entra em cena com personagens do Cacumbi, São Gonçalo e Parafusos, manifestações típicas do rico folclore sergipano. Tudo junto e misturado para exaltar a cultura local com doses de tradição que são despejadas num ambiente de modernidade que tanto encanta o público.

 

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