Após série de etapas seletivas, 33 jovens de 24 estados brasileiros e do DF foram selecionados para participar da edição virtual.
Por Marineide Bonfim
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou o resultado do processo seletivo do Programa Jovens Embaixadores 2021. A seleção contou com 10.119 inscrições concorrendo para apenas 33 vagas. O estado de Sergipe será representado pela estudante Mariana Xisto Lima (18), que conclui este ano o curso técnico Integrado em Química do Instituto Federal de Sergipe (IFS), campus Aracaju.
O resultado inclui nomes de jovens de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal, representantes da riqueza e da diversidade presente no Brasil. Em mais um ano atípico e apesar de todos os esforços, o programa não poderá ser realizado em formato presencial nos Estados Unidos. Em decorrência da pandemia da Covid-19, o Jovens Embaixadores de 2021 foi convertido para o formato virtual.
O programa acontecerá entre os dias 14 de junho e 13 de agosto deste ano, com Jovens Embaixadores, brasileiros e americanos, se juntando para participar de atividades e oficinas sobre liderança, cultura e comunicação, cidadania digital, mudança social em sua comunidade e em nível global e para compartilhar, sempre virtualmente, um pouco de sua história e cultura por meio de suas famílias e comunidades.
Além disso, atividades complementares foram implementadas, com o objetivo de consolidar o conhecimento adquirido por meio do intercâmbio de experiências. Serão propostas atividades que visam estimular o processo criativo e inovador dos participantes, contando com missões, desafios e projetos criativos mão-na-massa.
A seleção – Em março, quando participou do processo seletivo do Programa Jovens Embaixadores 2021, Mariana Xisto cursava o 3º ano de Química. Na primeira etapa, a estudante contou com a orientação da gerente de Ensino Técnico Integrado, professora Ana Paula Oliveira, e da técnica de laboratório de Biologia, Érika Cristina Teixeira dos Anjos Brandão, da Coordenadoria de Ciências da Natureza (CCNAT). Na fase inicial, além dos dados pessoais e socioeconômicos, a aluna enviou uma carta de recomendação e um resumo do projeto social que participa no IFS campus Aracaju.
Na segunda etapa, a jovem realizou um exame escrito e foi avaliada pela instituição parceira do programa que em Sergipe é a Secretaria de Estado da Educação, Seduc. O IFS campus Aracaju teve mais dois semifinalistas: Kauan Rodrigo dos Santos, do 3º ano do curso técnico integrado em Química e Érick Matheus, do terceiro ano de Edificações, premiados com uma bolsa de estudo em curso de inglês. Após entrevista, a secretaria selecionou dois alunos que foram recomendados à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Mariana foi a selecionada para representar Sergipe.
Apesar das expectativas, a estudante revela que foi uma excelente surpresa ser escolhida. “Sinto-me honrada porque darei maior visibilidade ao projeto de implantação do Laboratório de Biologia do IFS. Estamos implantando o primeiro laboratório de Biologia do Instituto Federal de Sergipe – campus Aracaju. Foi uma ideia muito elogiada pelos representantes da Embaixada. Fiquei extremamente feliz por aprender também”.
O diretor-geral do Campus Aracaju, professor Elber Gama, destaca a relevância da seleção de Mariana. “O desempenho da estudante é motivo de orgulho para instituição, notadamente pela contribuição do IFS para sua formação acadêmica, o que decerto foi extremamente imprescindível para essa conquista”.
Sobre o programa – Desde 2003, 667 jovens brasileiros já participaram do programa, que tem como parceiros o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), as Secretarias Estaduais de Educação, a rede de Centros Binacionais Brasil-Estados Unidos, além das empresas FedEx, MSD, e IBM, e também da PLT4Way Inglês e Inclusão Social e da USBEA – Associação de ex-Bolsistas de Programas do Governo Americano. Atualmente o Programa Jovens Embaixadores é realizado em todos os países do continente americano e conta, ainda, com um programa inverso para jovens norte-americanos representarem os EUA na América Latina.
ENTREVISTA – O jornal CinformOnline convidou a estudantes do IFS para gravar entrevista, falando da sua notável experiência.
CINFORMONLINE – Mariana, o que significou para você tudo isso? Como foi que aconteceu?
MARIANA – Bom, sobre os Jovens embaixadores, eu já tinha o hábito de me engajar em programas de projetos internacionais, nesse meio fiz alguns Networks, que alguns colegas já tinham participado do Jovens Embaixadores. Eles disseram que consideravam meu perfil adequado, falaram que eu deveria me candidatar e me encorajaram a buscar o programa. E aí, quando eu fiz a candidatura eu contei com o apoio de uma professora do IFS e uma técnica do laboratório, porque o projeto consiste em iniciativas sociais, e escala global. Então nós impactamos primeiro a nossa comunidade, e depois impactamos comunidades maiores. E o intuito do programa é justamente expandir esse impacto social. Eu já tenho um projeto no Instituto Federal de Sergipe, que é onde eu estudo, estou concluindo o terceiro ano do técnico integrado em química, e lá eu tenho um projeto, onde estamos construindo o primeiro laboratório do IFS Campos Aracaju, e foi esse projeto que me levou para embaixada, então foram várias etapas, um processo bem concorrido, e nelas eu tive acesso a prova escrita, a uma prova oral, a uma entrevista, e também eles selecionaram junto com a Secretária de Educação de Sergipe, o meu perfil para o projeto.
Você esperava esse sucesso, esse resultado?
Não, com certeza não! Eu tinha uma expectativa, mas eu tentei manter essas expectativas em um nível mais baixo para evitar ficar nervosa. Foi um processo muito tranquilo, tentei encarar como um processo tranquilo. Só que eu não esperava essa repercussão tão grande, foi muito surpreendente.
E agora, o que muda? Muda alguma coisa em sua vida?
Muda muita coisa! Uma das coisas que me deixou mais feliz foi por poder dar mais visibilidade ao meu projeto. Que agora não está apenas famoso na minha escola, mas está também famoso Brasil afora. Isso é uma conquista muito grande para mim, e para minhas professoras, as minhas coordenadoras.
Terá alguma coisa a ser feita fora do país, uma visita, vai ter esse intercâmbio? Como é que funciona?
Não, por conta da pandemia, nós não iremos fazer a viagem, mas, geralmente… Em todos os outros anos houve a viagem. Mas essa é uma edição especial que vai ser 100% online. Então a programão vai envolver algumas atividades mão-na-massa, nós vamos ter imersão com alguns embaixadores americanos e a própria embaixada está organizando tudo para que o intercâmbio possa ser completo, ainda que de forma virtual.