O mês de setembro é marcado por uma causa bastante nobre e vital: a conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Conhecido como Setembro Verde, este período se destaca como uma oportunidade de informar, sensibilizar e incentivar a sociedade a se envolver nesse ato de solidariedade que pode transformar o destino de muitas pessoas que aguardam ansiosamente por um transplante.

Órgãos como coração, rins, pulmões, intestino, pâncreas e fígado, assim como tecidos como córnea, pele, tendão, cartilagem e osso, podem ser doados por indivíduos saudáveis após o falecimento ou, em alguns casos, durante a vida. Esses gestos de altruísmo têm o poder de oferecer uma segunda chance para àqueles que sofrem com doenças crônicas ou em estágios avançados, proporcionando uma melhora significativa em sua qualidade de vida.

Benito Fernandez, coordenador Central de Transplantes de Sergipe

Segundo o enfermeiro Benito Oliveira Fernandez, coordenador Central de Transplantes de Sergipe, o número de doadores no estado tem melhorado.  “Em 2022 foram 32 doadores de órgãos e 2023 já são 26. Qualquer pessoa saudável pode ser doadora. Existe o doador vivo, que doa um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão e parte da medula óssea. E o doador falecido com coração parado que pode doar as córneas até 6 horas depois da parada e o doador com diagnóstico de morte encefálica que pode doar todos os órgãos”, explica.

Apesar da importância dessa ação, ainda existe uma lacuna entre a demanda por órgãos e tecidos e a disponibilidade de doadores. O Setembro Verde surge como uma campanha de conscientização, promovendo debates, palestras e atividades educativas para dissipar mitos, esclarecer dúvidas e incentivar o diálogo em torno desse tema sensível. Ao aumentar o conhecimento público sobre os procedimentos de doação, os benefícios e o processo legal envolvido, espera-se que mais pessoas se sintam encorajadas a se tornar doadoras e a compartilhar sua decisão com suas famílias.

Segundo Benito, o estado prepara algumas ações com o intuito de disseminar a mensagem da doação de órgãos e tecidos. “Teremos algumas iniciativas como a contratualização do Hospital Cirurgia junto à Secretaria de Estado da Saúde (SES) para transplante renal e hepático; uma caminhada no Parque na Sementeira; cursos de acolhimento familiar, diagnóstico de morte encefálica e comunicação de má notícias; além de palestras em diversas universidades e faculdades”, comenta.

Momento de grande alegria

O Delegado de Polícia e Professor de Direito, Bruno Santana de Souza Lima, conta que sofreu uma infecção neonatal que acabou gerando uma cicatriz na córnea do olho esquerdo. Desde então, apenas um transplante poderia resolver seu problema e por isso ele foi incluído na fila para recebimento do tecido. Após quatro transplantes com rejeição, um deles feito de emergência, no início de agosto ele realizou mais um procedimento, dessa vez com absoluto sucesso.

Bruno Santana de Souza Lima: “A realização do transplante foi um momento muito aguardado”

“Ainda com a necessidade do transplante, segui minha vida normalmente. Agora, com o transplante, ficou um pouco mais fácil para enxergar, mas a vida continua do mesmo jeito, com os mesmos compromissos e com as mesmas capacidades. A deficiência não é óbice para uma vida plena e capaz. A realização do transplante foi um momento muito aguardado e que nos trouxe uma grande alegria, não só para mim, mas para toda a família”, disse Bruno.

Como é feita a doação

Para doação de órgãos, a pessoa interessada precisa deixar claro para a família o seu desejo de doar. Após o diagnóstico, a família é consultada sobre a possibilidade da doação.  Depois é feito sorologias para doenças infecto contagiosa e avaliação dos órgãos.  Em seguida, é feita a seleção dos receptores e agendado a captação. A lista para transplantes é única, valendo tanto para pacientes do SUS, quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona por ordem cronológica de cadastro, mas pacientes em estado crítico podem ser atendidos com prioridade.

Neste domingo, o apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, realizou o transplante de coração. O Brasil inteiro acompanhou o seu drama ao revelar que precisaria passar pelo procedimento devido a um quadro de insuficiência cardíaca. Ele foi incluído na fila de transplante após o agravamento da sua saúde. O procedimento durou 2h30 e foi realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, neste domingo, 27.

 

O apresentador Faustão passou por um transplante de coração

No primeiro semestre de 2023 foram realizados 206 transplantes de coração no país, o que representa aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.

Estão autorizados para realizar transplantes no estado de Sergipe o Hospital do Coração (transplante cardíaco), o Hospital Universitário (transplante de rim e córnea), o Hospital São Lucas (Transplante de Medula Óssea), várias clínicas fazem transplante de córnea, e o Hospital de Cirurgia já está autorizado a fazer transplante de fígado e rim. Atualmente, 323 pessoas aguardam por um transplante de córnea em Sergipe, com tempo médio de espera de dois anos. “O estado foi pioneiro em transplante cardíaco no Norte e Nordeste. Fez o último em 2016”, disse Benito.

 

 

 

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