Você já ouviu falar na Tuberculose Ganglionar? Certamente, muitas pessoas desconhecem essa doença infecciosa que acomete os gânglios linfáticos (pequenos órgãos de defesa localizados em diversas áreas do corpo). Mesmo sendo pouco conhecida pela população, alguns casos têm sido registrados aqui no Estado de Sergipe. Somente no ano de 2022, foram contabilizados 97 casos e este ano já são 09 registros, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Os principais sintomas da doença são aumento dos gânglios; anemia; febre; emagrecimento; dores no corpo; e cansaço. Ela é notada, geralmente, na região do pescoço e tórax, podendo também atingir axilas, virilha e a região do abdômen. A Tuberculose Ganglionar é caracterizada pela presença do micro-organismo chamado Mycobacterium tuberculosis, o mesmo que causa a forma mais tradicional da doença. Este é o tipo mais frequente de tuberculose extrapulmonar.
Drª Mariela Cometki, infectologista
A médica infectologista Drª Mariela Cometki lembra que a Tuberculose Ganglionar é uma doença consumptiva, ou seja, o paciente vai sendo consumido aos poucos, notadamente pela perda de peso e fraqueza generalizada. “Esses linfonodos que são acometidos pela tuberculose podem supurar, ou seja, drenar pus, fazer feridas com drenagem de pus, tanto para dentro da cavidade abdominal, no tórax, quanto para fora quando eles estão na região cervical”, explicou.
O diagnóstico é feito por meio de exame de ultrassom e aspiração do gânglio linfático. O material extraído é submetido ao exame histopatológico (quando se examina um fragmento de tecido extraído do paciente), exame direto e cultura específica para microbactérias. Diferentemente de sua forma mais conhecida, esse tipo de tuberculose não é transmissível e pode estar relacionado ao sistema imune fragilizado. Ela não é transmitida de pessoa para pessoa por meio das secreções respiratórias.
Drª Mariela lembra que o tratamento é longo, no mínimo por seis meses, mas muito eficaz e não dolorido. “Pessoas imunodeprimidas, como os portadores do vírus HIV, ou imunossuprimidas, como os pacientes em tratamento do câncer, estão mais suscetíveis à tuberculose. É recomendado ao paciente acometido repouso, além de tratamento específico com a combinação de quatro medicamentos. E caso a pessoa note algum dos sintomas, é importante procurar um médico infectologista”, avisa.