A Vale vai doar R$ 100 mil para cada família que teve um parente morto após o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG). Segundo a companhia, trata-se de doação, e não de indenização. Segundo o último balanço do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram confirmadas 65 mortes em decorrência do rompimento da barragem na Mina do Feijão. Outras 279 pessoas estão desaparecidas.

A doação foi informada durante uma coletiva de imprensa concedida pelo
diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Luciano Siani, no Rio de Janeiro. “Isso nada tem a ver com indenização, que serão valores muito maiores”, destacou ele. Luciano afirmou que os pagamentos serão realizados já a partir desta terça-feira (29).

Luciano Siani afirmou ainda que está assegurado o repasse da compensação financeira para o município de Brumadinho. “A Vale vai compensar o município como se a operação estivesse correndo” , ressaltou.

O executivo da Vale reiterou a decisão tomada pelo Conselho Administrativo de Vale de suspender o pagamento de bônus e dividendos aos acionistas da empresa. Também garantiu que o município de Brumadinho não irá perder arrecadação por conta da paralisação das atividades da mineradora. A prefeitura receberá uma compensação financeira para manter sua receita como se as operações estivessem ocorrendo normalmente.

Luciano disse ainda que a empresa contratou uma equipe de psicólogos do Hospital Albert Einstein especializada no atendimento à vitimas de catástrofes. Ela irá atuar de forma complementar aos demais profissionais de saúde que já estão trabalhando com os atingidos.

Contenção

Outra medida anunciada pelo executivo da Vale é a implantação de uma cortina de contenção no Rio Paraopeba. “Queremos impedir que o rejeito que se desloca lentamente afete a captação de água na cidade de Pará de Minas. Temos a expectativa muito grande de que isso tenha sucesso”, disse.

De acordo com monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a pluma formada pela mistura de rejeito e água está avançando a uma velocidade de um quilômetro por hora. O boletim divulgado na segunda-feira (28) estima que a água turva chegará na noite de hoje à São José da Varginha, município que faz limite com Pará de Minas.

Protesto

Do lado de fora do edifício que abriga a sede da Vale, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, um protesto convocado pelas redes sociais reuniu cerca de 100 pessoas. Eles jogaram lama na entrada do prédio, acenderam velas e estenderam faixas cobrando a responsabilização criminal da mineradora. “Não foi acidente”, diziam os cartazes. Alguns ativistas também fizeram uma performance encenando os impactos da tragédia.

Presente no ato, o professor Geovano Santos da Fonseca, criticou não apenas a Vale, como também a atuação do poder público. “Não podemos esperar boa fé dos órgãos que não fiscalizaram antes. A solução que temos é nos juntar nas ruas e dizer que não vamos aceitar mais que a vida das pessoas sejam ceifadas dessa forma”, disse.

Fonte: Agência Brasil

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