Por Nilton Vieira Lima OAB-SE 677

Toda prevenção, para ser tida como séria, decorre da observação de fatos anteriormente acontecidos e, a partir daí, vão-se apontando hipóteses. Assim entendo, mas respeito quem discorde com base em realidades comprovadas.

Dito isto, vi a entrevista do senhor governador do estado de Sergipe, Belivaldo Chagas, bem assim li o decreto de sua excelência, estipulando normas para enfrentarmos esta situação de emergência mundial, por conta do Coronavírus, nos prevenindo e nos protegendo contra mais uma pandemia de proporção mundial, e, três coisas me chamaram a atenção:

1° – No decreto, ficou estabelecido que os funcionários com mais de 60 anos se afastem das respectivas repartições, passando a fazer, segundo critérios estabelecidos pelos chefes, suas tarefas em casa, tudo, pela vulnerabilidade decorrente da idade, porém, excetua os médicos e demais servidores da saúde

Faço um acréscimo: a omissão em convidar os legítimos representantes da área de saúde, especialmente os médicos, é muito pior que se fossemos escrever uma nova Carta e a OAB não fosse convidada.

A estes, fica reservado o pior papel em toda esta crise, inclusive com a suspensão de férias e licenças, ficando entendido que os de mais de 60 anos, estão fora da possibilidade de trabalho remoto, com um gravíssimo esquecimento, de ser este eficiente e altamente necessário setor, o mais sujeito a graves riscos, enquanto prestam seus relevantes serviços à população, cabendo lembrar que já morreram médicos desta doença, inclusive o que a descobriu, na China.

2° – Exatamente por ser uma grave crise na SAÚDE, não vi nenhum representante do Conselho Regional de Medicina, da SOMESE – Sociedade Médica de Sergipe e também do Sindicato dos Médicos, órgãos que deveriam ter sido convidados para tão importante reunião, essenciais que são à nossa saúde, será que me enganei? Não vi, a imprensa não informou!? Ou foi um grave lapso do governo do estado?

3° – Mas, o que me chamou mais a atenção, foi a resposta do senhor governador a um repórter que lhe indagou sobre as visitas íntimas aos reclusos.

Disse sua excelência, com um grande e parcimonioso cuidado nas palavras, ao responder, revelado pelo tom suave de voz, que será de 15 dias o período de tais visitas.

Ora, ao que se sabe, infelizmente, esta crise apenas começa, sendo previsto o auge para daqui a 2 ou 3 meses e, convenhamos, um ambiente de reclusos é um grande foco de contaminação e disseminação de qualquer doença, principalmente as iguais a esta.

Imaginemos a esposa ou companheira que, sem saber estar contaminada, vai para a visita íntima, o contamina, ele aos demais reclusos e estes, por sua vez as suas esposas e estas, finalmente para as suas casas, ruas, bairros, cidade e todo o estado, como ficamos!?

Para que tanta parcimônia na resposta? Não se trata de um asilo ou de um orfanato!

Como ficarão os servidores públicos da saúde com mais de 60 anos, receberão alguma recompensa, tipo gratificação por excessiva periculosidade!?

As atividades sujeitas a graves riscos, especialmente quando é gravíssimo este risco por conta da idade, devem ter a digna e necessária recompensa.

Salvo melhor juízo, considero os três itens de suma importância para serem discutidos pelas diversas classes de saúde do estado de Sergipe.

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