Após a renúncia de Ana Alves do comando do DEM em Sergipe, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM) convidou o ex-deputado federal Mendonça Prado para retornar ao partido e assumir a presidência. Mendonça, que estava no PPS trabalhando sua pré-candidatura ao Governo de Sergipe, aceitou prontamente o convite e trouxe o projeto para o DEM. Em entrevista exclusiva ao CINFORM, Mendonça Prado comemorou seu retorno ao agrupamento político, fez uma avaliação do Governo Jackson Barreto, revelou as suas prioridades na administração e falou sobre alianças políticas para 2018.

“Por uma questão de ordem legal eu nunca saí do DEM, não houve um retorno mas uma permanência. Nesses 30 anos de vida pública fui três vezes vereador de Aracaju, três vezes deputado federal, vice-presidente nacional do partido, candidato a prefeito de Aracaju em 2008 e quero muito ser governador de Sergipe pelo DEM. Identifico-me muito com o partido. Fui convidado pela senadora Maria do Carmo por conhecer a história do partido com o objetivo de resgatar o prestígio e credibilidade”.

Mendonça Prado disse que o DEM não pode ser lembrado pela última gestão de João Alves Filho na Prefeitura de Aracaju. “Eu estava afastado dele mas observei à distância que ele entregou a prefeitura e se aproveitaram da situação. João não está bem de saúde e necessita de cuidados. Ele já estava doente. O DEM não pode ser julgado por esta gestão. João tem uma trajetória de grandes obras no estado e merece respeito. Ele construiu este legado durante toda a sua carreia política no DEM”.

CAÇA-FANTASMA

O pré-candidato ao governo comentou a Operação Caça-Fantasma, que investiga servidores nomeados que recebiam e não trabalhavam na gestão de João Alves, e defendeu a atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário, exaltando que a lei deve ser cumprida.

“Estamos tranquilos, os órgãos fiscalizadores devem cumprir o seu papel de investigar e punir os culpados. Lastimavelmente, eu estava afastado de João e não acompanhei, retornei agora na hora difícil como um bom amigo. Mas João Alves já estava seriamente doente e muita coisa que aconteceu precisa ser analisada com muito cuidado pelos órgãos. Houve uma falha dos técnicos em medicina que o avaliaram e não constataram o que ele tem e que hoje está muito claro. A família deve se pronunciar sobre o diagnóstico em breve. Ele precisa de cuidados médicos”, adianta.

Antes de se afastar da presidência do DEM e ser presa na Operação Caça-Fantasma, Ana Alves, falou do desejo de ser candidata a deputada federal. Mendonça disse que a decisão ainda vai ser avaliada por ela.

“É uma decisão pessoal dela que vai fazer uma reflexão, no entanto, o partido está de portas abertas. Fizemos uma análise técnica e jurídica sobre o caso da Ana Alves e constatamos que não houve nenhum ilícito de gravidade. Ela não era agente pública, não exercia cargo público, ela não era prefeita nem secretária, portanto essa história de peculato não existe. Na prática Ana não fez nada. Nem obstrução de Justiça”, garante.

RELAÇÃO COM O PPS

Mendonça disse que a sua relação com o PPS e Clóvis Silveira continua harmoniosa. “Sou muito grato ao PPS e ao Clovis Silveira, que teve a iniciativa de me lançar pré-candidato ao governo. Ele é muito correto e foi extremamente cortês comigo durante todo o período que passei percorrendo o estado ao seu lado. Fui muito bem recebido pelos membros do partido e sou muito grato por tudo. Vou trabalhar muito para que o PPS esteja conosco nesta caminhada rumo ao Governo de Sergipe em 2018”.

GOVERNO RUIM

Mendonça classificou o governo de Jackson Barreto como ruim. “Contudo, não posso atribuir isso ao próprio governador. Ele pegou uma péssima herança e um momento difícil em todo o país com uma grande dificuldade financeira. O erro de Jackson é que faltou um planejamento estratégico. Ele começou bem mas não executou e eu não sei o motivo”

Prado disse que seu projeto para governador defende o funcionamento dos serviços públicos e o investimento na educação. “É necessário fazer o feijão com arroz para se adequar à nossa realidade. Não é hora de fazer obras, mas de enxugar os custos e priorizar a saúde, segurança e educação. Outra medida importante é enxugar as secretarias e os cargos comissionados”.

O Democratas defende um novo conceito de administração e critica as novas obras. “Estamos passando por um dos momentos mais difíceis para o governo e o modelo de gestão de hoje é igual ao dos últimos 50 anos, onde todos querem fazer obras para deixar a sua marca, mas o estado está falido e não existem recursos para nada. É preciso fazer o feijão com arroz.”

O povo reconhece e é grato pelas obras realizadas por João Alves, Augusto Franco, Valadares e Déda, entretanto acho que hoje não é hora para construir mais. Tem uma obra sendo construída agora na Rua da Frente, nas proximidades do Museu da Gente Sergipana, que custa R$ 3 milhões. Ao mesmo tempo que uma viatura da polícia circula com apenas 16 litros de gasolina por dia, a rede de saúde não funciona. Não é hora de construir um novo hospital, é hora de colocar tudo o que a gente tem para funcionar”.

Com relação ao empréstimo que o Governo de Sergipe pegou de R$ 750 milhões com o Proinvest, Mendonça disse que esse dinheiro deveria ser investido para colocar os serviços para funcionar, assim como os recursos próprios arrecadados com o ICMS deveriam pagar os salários dos servidores públicos.

“Hoje o governo não está pagando os salários em dia e não está fazendo a manutenção necessária porque os recursos são insuficientes. Se os recursos fossem aplicados na melhoria dos serviços hoje o Estado estaria desafogado. Não se faz segurança com apenas 5mil policiais para um estado que tem mais de 2 milhões de habitantes. As viaturas não estão fazendo rondas para economizar o combustível, enquanto isso cresce o índice de criminalidade. É necessário parar de fazer obras para colocar mais homens para fazer a segurança e dar estrutura. Não estou condenando Jackson.”

Não podemos nos preocupar agora em fazer obras para deixar uma marca. As que os ex-governadores deixaram são suficientes, agora precisamos colocar para funcionar e colocar as crianças na escola em tempo integral com boa estrutura e alimentação para impedir que elas entrem no mundo das drogas e da criminalidade”.

FALTA SEGURANÇA

Mendonça foi secretário da Segurança Pública no início do Governo Jackson Barreto e reconhece que o problema é grave, mas garante que ninguém vai resolver.

“Eu não consegui resolver, João Batista também não conseguiu e agora está João Eloy, excelente técnico mas também não consegue driblar a criminalidade porque não tem investimento. Não tem estrutura, não tem penitenciárias, não tem dinheiro para colocar combustível para as viaturas fazer rondas nem dinheiro para comprar armamento”.

O CASO EMSURB

Em relação a seu afastamento da Emsurb, Mendonça Prado disse que foi uma demonstração de incompetência da polícia. “Não sei se o delegado Gabriel e a delegada Daniele Garcia não conhecem o Direito Administrativo ou se foi porque critiquei o esposo da delegada que era promotor. Pode ser relação de ordem pessoal e criaram aquele mal estar, mas foi uma piada porque eu nunca fiz licitação pública na Emsurb, a polícia não foi ao Ministério Público e pediu o nosso afastamento com base no chamado crime de fraude e licitação. Mas para que haja fraude tem que, no mínimo, fazer uma licitação e eu não fiz. E para que a fraude se concretizasse seria necessário que eu tivesse causado danos fazendo pagamento à empresa contratada após o processo licitatório. Não existiu licitação nem o pagamento”.

Mendonça Prado critica a postura do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, durante seu afastamento da Emsurb. “Ele sumiu. Edvaldo só aparece quando tudo está bem. Ele era meu líder e eu acho que faltou consideração. O líder não pode aparecer apenas quando o time está ganhando, ele deve estar perto da equipe mesmo quando está perdendo ou passando por dificuldades. Ele nem sequer me ligou. Sentia-me um liderado dele e me decepcionei”.

ALIANÇAS 2018

Mendonça disse que aceita o apoio de todos, mas não abre mão de decidir. “A responsabilidade vai ser minha. Não vou prometer nada ao povo, apenas serviços de qualidade e organizar o que temos além de escola em tempo integral”.

“Minha campanha é como uma grande marinete e eu não abro mão do comando do volante, da direção. Quem quer governar tem que ter coragem de tomar atitudes e decisões para enfrentar os grandes interesses. Não confio em qualquer um para fazer o que eu penso que o estado merece. Temos que reduzir o número de secretarias e cargos comissionados, além de fazer auditoria em todos os contratos do estado para saber se tem gordura. Para isso tem que ter coragem”.

Com relação às alianças partidárias para montar a chapa majoritária, Mendonça disse que ainda é cedo falar em nomes, mas que quer muito contar com os partidos que já haviam abraçado a sua pré-candidatura no PPS.

“Vamos manter diálogos com o próprio PPS além do PV, Pros, Livres e PMN. Vamos nos aprofundar para buscar apoio do PSB de Valadares, que faz um grande trabalho no Senado e é muito coerente. João Fontes é o candidato a senador da minha preferência”.

Questionado sobre uma possível aliança com o PSDB que hoje é presidido pelo senador Eduardo Amorim e tem uma relação histórica com o DEM, Mendonça foi direto.

“Não existe nenhuma possibilidade devido às mágoas do passado. Se o diretório nacional pedir para fazer palanque para apoiar o candidato a presidente não tem problema, mas aqui a aliança não vai acontecer”, finaliza.

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